sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Uma Abelha na Chuva - Carlos de Oliveira

A história começa com Silvestre a chegar a Montouros, num dia muito chuvoso. Vai direitinho para a redacção do Comarca, o Jornal, cujo director era o Medeiros. Álvaro Silvestre era um homem sem escrúpulos, um proprietário rural, completamente fracassado e, no plano amoroso sente-se ofendido pelo desinteresse da sua esposa vive roído de ciúmes e inveja por sua esposa gostar do cocheiro. Silvestre teve uma infância muito má, triste, mas, jovem, não era um homem sem escrúpulos, mas sim obcecado pela verdade. Porém, a partir do momento que ele casa com D. Maria tudo muda, pois o casamento deles foi um casamento arranjado pelas famílias. A família de sua mulher era uma família muito gananciosa, só queria dinheiro para serem mais importantes e poderosos e tudo faziam para obter essa riqueza. É por estes motivos todos que Álvaro Silvestre não aguenta mais e fica louco. Por isso, decide ir à Comarca falar com o Senhor Medeiros para publicar uma confissão onde declarava todos os roubos que fizera por imposição de sua mulher. O senhor Medeiros, quando leu a carta, não acreditou no que estava a ler e pergunta-lhe se estava bem. É que ele não podia publicar aquilo na primeira página, mas Álvaro insistia e Medeiros perguntou como ficaria a sua esposa e este respondeu que ela nunca poderia saber daquela conversa e daquela confissão. De repente, aparece D. Maria dos Prazeres à procura de Álvaro e vai à Comarca onde o encontra. Este tenta esconder a carta no bolso para que esta não saiba, pois isso poderia vir a ser um grande problema, uma vez que era ela que mandava nele. Ele fazia tudo o que ela queria por essa razão é que entrou nessa estado de loucura. è a partir daqui que a acção do romance se vai desenrolar...

Eis a confissão que Silvestre queria publicar no jornal A Comarca:

"Eu, Alvaro Rodrigo Silvestre, comerciante e lavrador no Montouro, freguesia de S. Caetano, conselho de corgos, juro por minha honra que tenho passado a vida a roubar os homens na terra e a Deus no céu, porque até quando fui mordomo da Senhora de Montouro sobrou um milho das esmolas dos festeiros que despejei nas minhas tulhas. Para alguma salvaguarda juro também que foi a instigações de D. Maria dos Prazeres Pessoa de Alva Sancho Silvestre, minha mulher, que andei de roubo em roubo, ao balcão, nas feiras, na soldada dos trabalhadores e na legítima do meu irmão Leopoldino, de quem sou procurador, vendendo-lhe os pinhais sem conhecimento do próprio, e agora vem ele de África para minha vergonha, que não lhe posso dar contas fiéis. A remissão começa por esta confissão ao mundo. Pelo padre, pelo filho, espírito Santo, seja eu perdoado e por quem mais me poder fazer."

Telma



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