domingo, 18 de outubro de 2009

Andam Faunos Pelos Bosques - Aquilino Ribeiro

"Aqueles lábios, que beijara sôfrego , se eram meigos a gemer, melhor sabiam iludir; aquelas mãos ,de tão amorosa presa, engenhosa e docilmente haviam obedecido ao génio perverso que concertara o entremez dos cabelos e roupas em desalinho, aquele peito alvo e arredondado , donde se exalavam sopro de amêndoas e tomilho , sabia fingir à perfeição os suspiros e as vozes mais sentidas da tragédia. Nunca mais a queria ver, detestava-a. Nesta aversão, é certo, não entravam como determinativas principais a sua repugnância de homem limpo pela fraude, nem o seu despeito de homem, manifestamente superior a ela em entendimento e prática da vida, ao ver-se logrado. Não, a sua maior raiva estava na infidelidade mental que ela perpetrara metendo entre os dois um outro, homem ou monstro, não importa. Daí lhe vinha a mais funda repugnância pela impostura da rapariga. Infidelidade cerebral que fosse, ofendia-o tão irreparavelmente como a outra cometida corpo a corpo, bêbeda de gozo."

Escolhi esta passagem do livro para mostrar como o narrador descreve, neste caso, a mulher, de um modo que revela a impressão que ela nele causou… Esta parte do livro narra quando a namorada de Teodoro engravida dele, mas espalha pela aldeia que o filho é de um monstro que por ali anda a atacar as raparigas… ele fica desiludido com esta atitude e cai em desespero! Mas, no fim, ela pede-lhe desculpa, dizendo que fez aquilo porque ele é padre… Ele acaba por perdoá-la!

Célia Fonseca 11.º E




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