terça-feira, 9 de junho de 2009

Os Amantes e Outros Contos - David Mourão-Ferreira

O narrador foge da polícia e corre para casa da pessoa que ama. Quando chega a casa da amada, esta parecia já estar à sua espera e saber o que se estava a passar, pois não lhe perguntou nada e limitou-se a apagar a luz e a acender a lareira. De repente, ficaram os dois diante do lume, abraçados um ao outro, como se não houvesse mundo.
No dia seguinte, a amada pede a um amigo que os deixe ir dormir na sua casa da praia. Nessa noite, o narrador lembra-se de ter deixado a sua arma em cima da mesa que havia no meio da sala e de ter deixado a roupa em cima da arca. De manhã, quando acorda, depois de ter dormido com a amante, vê que lhe falta a sua arma e a roupa não está no sítio onde a deixara.
Então, decidiu ir atrás dela e vê que esta não está em casa, mas repara que existe uma porta de ferro que se encontra, aparentemente, fechada. Porém, o narrador empurra a porta e esta abre-se. Mas essa porta dá para uma sala vazia, apenas com duas simples estantes e alguns álbuns de fotografias antigas, de quando ele era criança. Ao ver isto, o narrador pergunta-se sobre o que é que ela andava a fazer nas suas costas.
O narrador começa a ver os álbuns e vê que, no lugar de onde tinha tirado o primeiro álbum, já aí se encontrava outro álbum de fotografias mais recentes. E, quando vai para pôr no lugar o último álbum, a estante começa a rodar cada vez mais rápido, destruindo tudo. O narrador ajoelha-se e fecha os olhos, enquanto espera que tudo passe. Mas, quando abre outra vez os olhos, ele está, outra vez, na sala da lareira e a sua roupa está, na mesma, em cima da arca e a arma em cima da mesa, mas foi utilizada pois estava meia morna. O conto acaba com a seguinte frase: "E finalmente deito-me a teu lado. Não sei bem se a teu lado ou se dentro de ti."

Cátia Morais

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