quinta-feira, 4 de junho de 2009

O Malhadinhas - Aquilino Ribeiro

Uma rapariga de boas famílias ficou encantada com o padre da sua freguesia, pois ele era bonito e muito apresentável. Quando isto foi descoberto, quiseram correr com o padre dali. O pai da rapariga não consentia que ela se tivesse apaixonado pelo padre. Era um amor proibido.
Era Abril e o Malhadinhas pôs-se a caminho de Arouca para comprar azeite, pois tinha ouvido uns rumores de que este era muito bom. Quando lá chegou, encontrou um velho amigo que já não via há muito tempo e que o acusou de lhe ter dado uma pedrada. O Malhadinhas não tinha percebido que ele estava a falar de quando lhe tinha dado de beber há uns tempos atrás, quando ele tinha sede. O seu amigo queria, agora, agradecer-lhe tal favor. Para isso, convidou-o para almoçar em sua casa e este aceitou. Já em casa do amigo, sentou-se à mesa e quando se preparava para comer conheceu a filha deste. Ficou logo encantado, pois dizia parecer uma fidalga de tão bonita que era.
Quando se preparava para ir embora, recebeu outro convite do amigo. Queria que ele ficasse para o baile e o Malhadinhas acedeu. A filha do amigo não o largava, mas o Malhadinhas não sabia que ela tinha noivo.
Na festa, alguns rapazes começaram a praticar algumas lutas e o Malhadinhas pôs-se de parte, porém, o noivo dela desafiou-o e ele aceitou. No fim, todos disseram que não havia vencedor nem vencido, mas estavam enganados, porque o Malhadinhas tinha ganho o desafio, pois quando mandou o seu rival apertar os botões do casaco, este não os tinha, porque o Malhadinhas lhos tinha tirado durante a luta.
No fim, o amigo convidou o Malhadinhas a pernoitar em sua casa, pois queria que conhecesse as fazendas. Ele, mais uma vez, aceitou. Quando lhe pediu para medir o azeite que tinha ido comprar, o amigo recusou-se, pois queria que ele passasse o Domingo com ele.
Nessa noite, a filha do amigo foi mostrar-lhe o quarto onde ele ia ficar e, ao despedirem-se, ele disse-lhe que ia sonhar com ela, mas a rapariga respondeu-lhe que não acreditava. Ele tanto insistiu na ideia que a rapariga acabou por, também ela, dizer que iria sonhar com ele.
Na manhã seguinte, ao acordar, O Malhadinhas deu por si a pensar noutra pessoa, a sua prometida, que tinha deixado para trás, quando partira para comprar azeite.
Ao voltar à sua terra, ele pediu à sua prometida que fosse dar um passeio com ele e ela aceitou, mas receosa. Quando descobriu as intenções dele, já era tarde demais e acabaram por passar a noite fora de casa.
No dia seguinte, foram pedir a um padre que conheciam que os casasse, pois o tio da rapariga já andava atrás deles. Depois de convencerem o padre, este levou-os para uma igreja e casou-os, mesmo sabendo que era contra a vontade do tio.
(...)
Inês Beatriz, nº 13 10ºD

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