sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Indesejado - Jorge de Sena

1ºActo: a história passa-se em Lisboa, no mês de Agosto de 1980, no início de uma linda tarde, no salão do paço da ribeira. Sentados a uma mesa encontram-se vários fidalgos, entre eles estava presente D. Francisco de Portugal, o Conde Vimosa, Duarte de Castro, Manuel da Silva Coutinho, António Baracho. Estes, enquanto bebiam, cantavam uma quadra:
-Viva el-rei D.Henrique
no inferno muitos anos
que deixou em testamento
Portugal aos Castelhanos!

De repente entra D. António e o bispo da guarda e, à chegada destes, todos se levantam.
D. António fala aos senhores que o duque de Alba tinha desembarcado em Lisboa. Depois começa uma conversa sobre a vida de D. António e da sua família. Ele tinha que salvaguardar a ordem e todos gritavam "arraial, arraial, por D. António de Portugal". Saem todos, ficando só D. António e o bispo. D. António ainda não era rei, pois o verdadeiro rei tinha morrido na batalha de Alcácer. De repente entra um criado e avisa que D. Filipa queria falar com ele. Este diz a Duarte de Castro e a Diogo Botelho para os deixarem a sós. D. Filipa, o meio da conversa, diz que o ama, que queria casar com ele, mas este disse que não a amava, pois poderia ser vista como irmã dos seus filhos e como sua filha. D. António tira um anel do seu dedo e oferece-lho, e ela rejeita, de seguida beija-lhe a mão, mas são interrompidos por Diogo Botelho que lhe vem dizer que o povo o cercava.
2ºActo: passa-se em Angra, na Ilha Terceira, no mês de Outubro de 1582, numa sala com cadeirões esbeltos e mesas.
É de noite e Duarte de Castro e Cipriano de Figueiredo conversam na sala. Figueiredo diz que estava com D. António quando ele precisasse dele. Durante a conversa, são interrompidos por D. António que lhes diz que vai partir, e estes interrogam-no com questões do tipo “Quando?” e “E para onde?” Este responde que ainda não sabe. Ao sair Duarte de Castro da sala, entra Baracho, querendo fazer algumas perguntas a D. António. Este dizia a Figueiredo que Duarte de Castro o queria matar, pois todos os seus amigos e inimigos o queriam ver morto.
3ºActo: passa-se em Londres, no ano de 1589, numa sala mobilada, com uma janela virada para a rua, onde está D. António e Diogo Botelho. D. António está a confessar-se a Frei Agostinho e Diogo Botelho que está presente ouve um barulho igual ao de uma carruagem e vem ver o que é. Depois da confissão, D. António levanta-se para ver quem é, entrado Diogo Botelho com Lady Harriet. Esta só queria o seu anel este deu-lho e ela foi-se embora. Após a sua saída, recebe um convite de Sua Alteza para ir ao palácio, mas ele não aceita.
4ºActo: passa-se em Rueil, local próximo de França, no mês de Agosto de 1595, ao entardecer, nos aposentos de D. António.
Ao levantar do pano, D. António encontra-se a escrever, junto dele está o seu filho D. Cristóvão, Diogo Botelho e Cipriano de Figueiredo. Escrevia que ia morrer e seu filho e os restantes diziam-lhe que ele iria durar muitos anos. Mas este encontrava-se muito doente, então, Diogo Botelho, numa súbita iluminação, percebe o que ele estava a dizer e finge que está a segurar a coroa.
D.António diz-lhe para ele repetir o que dizia enquanto lhe metia a coroa. Começaram então:
"-Em nome do padre, do filho e do espírito santo, D. António o primeiro de seu nome, rei de Portugal e do Algarve".
Após isto, D. António morre nos braços de Diogo Botelho.

Cátia Marlene, n.º11, 11.ºE

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