quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A Birra do Morto - Vicente Sanches

O livro fala de um morto que, em vida, tinha medo da morte e, agora que está morto, não quer, nem se comporta como tal.
Na peça, as personagens comunicam com ele como se estivesse vivo, querem convencê-lo a deixar-se enterrar, a deixar fechar o caixão, mas ele não se convence disso. Ele não queria que lhe fechassem o caixão, porque sofria de claustrofobia. Ele também não queria ser enterrado porque tinha medo dos bichos e, inclusivé, medo dos fantasmas! Um morto com medo de fantasmas não é muito comum, pois são eles que costumam ser associados aos fantasmas! Também não queria ser cremado, tudo lhe metia confusão...
Chegaram mesmo a chamar a Guarda Republicana para o tentar convencer, mas ele pura e simplesmente não queria e quando o amarraram e o meteram no caixão, o morto fez trinta por uma linha.
Depois de muito gritar, voltaram a abrir-lhe o caixão e ele falou com a mulher, e até tentou convencê-la a ir com ele. Tudo o que ele não queria era ficar sozinho e, no meio de toda a discussão, admitiu que se tinha casado tão cedo porque tinha medo de aormir sozinho, até ao psicólogo tinha ido e este dissera-lhe que a solução era casar-se, pois, deste modo, não iria mais dormir sozinho.
Claro que ele se tentou redimir, dizendo que também casou por amor e, na minha opinião, isso era verdade.
Esse era o último desejo do morto, que a mulher fosse com ele para o túmulo, mas não a convenceu.
Acabaram por lhe fechar o caixão e ele não parava de gritar. Nessa altura, o padre chegou e disse que depois de toda aquela fúria, nunca mais o iriam ouvir.

Gostei bastante deste livro pois é engraçado: achei a história criativa, divertida e interessante. Contudo, no final, depois de todas as argumentações do morto, tive pena que ele fosse enterrado. Ele preferia ir para a cadeia que ser enterrado, pelo menos na cadeia ele via o sol, aos quadradinhos, mas via. Gostei muito e recomendo a sua a sua leitura.

Cristiana Rodrigues

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