sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

O Vagabundo das Mãos de Ouro - Romeu Correia

Albino andava de aldeia em aldeia, nas feiras e romarias, a fazer as suas peças de teatro, uma vez que é ele que as faz com a ajuda do Zé. Albino tinha um grande problema: a bebida, às vezes, até chegava a ficar maluco.
Ele fazia as peças de teatro com o Zé e deixavam-se levar pelos sentimentos, pois tudo o que eles representavam estava ligado à sua vida real. Embora Albino tentasse esquecer, não conseguia, então, transmitia os seus sentimentos para o público através das marionetas.
A história começa com Cláudia que queria mudar de vida, pois já estava farta da vida que levava, de sofrer e de esperar por Albino já que este a tinha abandonado quando estava grávida de Hortense. Ela decide casar-se novamente, ter outra vida, viver outra aventura, pois tinha esse direito. Contudo ela ainda amava Albino. Cláudia ia casar-se com Aleixo, mas ainda ninguém sabia; andava o rumor pela aldeia, mas ninguém tinha a certeza de nada. Mónica vai a casa de Cláudia para ver se já estava tudo preparado e Cláudia manda sair Hortense. Hortense vai a fonte e, ao vir para casa, começa a ser gozada pelas pessoas da aldeia. Começam a olhá-la de outra maneira e a fazer perguntas: Quando chega o teu padrasto? Essa agua é para ele? etc.. Hortense, sem perceber o que se estava a passar, começa a correr e, quando chega a casa, começa a contar a sua mãe. Cláudia, então, conta-lhe a verdade e esta não aceita, pois vai ser mal vista na aldeia, uma vez que as pessoas tinham uma mentalidade antiquada. Tudo o que fosse novo não era aceite e se uma mulher arranjasse outro homem era mal vista e considerada uma mulher da vida.
A mãe de Cláudia também lhe dizia que aquilo que ela ia fazer também não estava certo e se o homem que ela teve não lhe chegava… Cláudia revolta-se e diz que ninguém tem o direito de a julgar e que ela tem o direito de fazer a sua vida, pois Albino abandonou-a.
De repente, aparece Aleixo mais Ernesto em casa de Cláudia para marcarem as coisas. Hortense não se sentou à mesa porque não aceitava e a avó, que tanto criticou, sentou-se à mesa…
Depoi de almoçarem, Cláudia, Mónica, Ernesto e Aleixo saíram e a avó ficou em casa. Hortense critica a avó e começa a chorar. A avó conta-lhe que o seu pai está vivo e que tem mãos de ouro. Hortense fica muito contente e decide ir à procura do seu pai.
Neste momento, Albino emociona-se e Hortense ganha vida. Ela começa a falar com ela e diz-lhe que o seu pai está vivo e que ia à procura dele, pois ele tinha umas mãos de ouro. Ela diz que sim, que sabe disso tudo e começa a gritar com o Zé para que ele começasse a vestir as marionetas… Queria mudar, queria fazer outra peça, visto que estava a sentir-se mal, porque estava a lembrar-se da sua vida passada…
Hortense foge e ele começa a fazer outra peça.
No segundo acto entram as mesmas personagens, mas com outros nomes e em outras vidas. Hortense volta e começa a participar na peça. Ela aparece em casa de uma família burguesa, numa discussão e ela aparece muito engraçada, calma, meiga e a brincar. D. Elisa estava confusa: como foi ela parar ali?, e perguntava-lhe quem era ela e ela dizia que era a Hortense. Ela não estava a gostar da brincadeira e chama a criada, pensando que era uma amiga dela, mas esta enganou-se. Leonardo dizia à mãe para ficarem com ela, que era muito engraçada e que queria fazer um retrato dela. A mãe começa a discutir com ele e Honorato, Clara e Leonardo começam-se a rir dela. Honorato estava farto de Elisa, pois esta não lhe dava amor, só o criticava. Ela só pensava em ter dinheiro, luxo e o trabalho do marido era uma trabalho sujo e Honorato não gostava, pois era graças ao seu trabalho que ela comprava as suas coisas e sustentava a casa.
Eles vão-se embora e Honorato começa a abraçar Hortense, a dizer que ela era muito bonita, e que iam fugir os dois para longe, sem ninguém saber.
Hortense começa a gritar e a pedir ajuda à sua mãe e à sua tia Mónica. Ela consegue soltar-se e foge para os braços de Leonardo.
No terceiro acto, Hortense entra em estado de loucura, pois começa a confundir as pessoas, visto que começa a chamar a Leonardo Leandro, chama a Honorato Aleixo etc... D. Elisa pensa que ela é doente e acalma-a adormecendo-a. Quando ela adormeceu, começou a sonhar e chamava pela sua família, até que vomitou sangue para almofada e eles pensaram que era serradura, fugindo dela, porque pensavam que era uma doença contagiosa. Leonardo foi o único que não fugiu, porque gostava dela e não ia abandoná-la. De repente, entra pelo palco Albino, dizendo que lhe querem roubar Hortense. Zé continua a representar…
Dagoberto dá uma novidade à família, dizendo que Albino foi internado no manicómio porque ficou doido.
Assim acaba a peça de teatro e o mestre Albino chora e embala os farrapos da boneca, que era Hortensa e começa a relembrar a sua infância.

Telma Coelho, n.º23, 11.ºE

Sem comentários: