sábado, 14 de fevereiro de 2009

Húmus - Raul Brandão

"Queria ou não queria faz-me cismar…Na realidade morrer é absurdo.

Nunca me capacitei a sério que tivesse de morrer. Morrer é estúpido. Não compreendo a morte, e, por mais que desvie o olhar, prendo-me sempre a esse hora extrema…Um ser grotesco, um unguento verde, e aquela voz aos meus ouvidos. É caricato e pega-me dourado.

E pior é que este sonho é afinal o meu sonho e o teu sonho. Ninguém o confessa senão a si próprio. O nosso sonho é não morrer. Quando a gente se esquece um bocado a vida tem já passado. E quando a vida tem já passado é que nos agarramos com mais saudades à vida. A resignação custa muito horas doridas em que ficamos alheados e suspensos. A morte…A morte é inevitável? – Pergunto baixinho. E como a morte é inevitável, como tenho por força de me resignar, como não lhe posso fugir, para não perder tudo, criei a outra vida."

Eu escolhi este excerto para dar uma pequena ideia sobre o livro que estou a ler.

Por este excerto, retirado das primeiras páginas do livro, podemos observar que o tema principal é a morte.

A morte é um tema inquietante, é a realidade da vida humana, está sempre presente na vida do autor e das personagens que estão a volta dele. A morte é um enorme problema.

Ninguém queria morrer, o sonho era viver para sempre.

Telma




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