quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Visita de Estudo a Tormes

Finalmente chegou o dia 14 de Janeiro! Era o dia da visita de estudo a Tormes.

Acordei,como de costume para as aulas, mas desta vez com uma motivação extra. Acordei bastante cedo e rapidamente me aprontei para partir numa viagem de descoberta e aprendizagem.

Eis que cheguei à escola. Eram 8:30h quando partimos, rodeados de boa disposição. Fomos rumo à estação de comboios da Régua, de onde partiríamos para o local da visita. Depois, mal chegámos, entrámos no comboio, que partiu exactamente à hora prevista. Apesar do frio que fazia e do mau tempo, envolvemo-nos na paisagem magnífica que a viagem de comboio nos proporcionava: uma vista sobre o Douro banhada pelo rio e pelas abundantes vinhas que dele fazem parte. Bem dispostos e a tirar fotografias para mais tarde recordar, nem demos pelo passar do tempo.

Saímos na estação de Aregos e aguardámos pelo autocarro que nos levaria a Tormes, enquanto o professor lia um excerto de A cidade e as Serras para nos contextualizar na visita. Ao fim de uma longa espera, chegou o autocarro que nos levou à casa de Tormes, que tinha sido de Eça de Queirós. Quando lá chegámos, começámos por ver um documentário sobre Eça de Queirós e algumas das suas obras, tais como Os Mais, O Crime do Padre Amaro, A Relíquia, A Cidade e as Serras e A Ilustre Casa de Ramires. De seguida, visitámos a casa-museu, onde vimos alguns objectos que pertenceram ao escritor. Aí, encantei-me com a antiguidade dos livros que preenchiam toda a casa. Tão antigos!J á viram tanta gente desde miúdos a graúdos de tão diferentes épocas e gerações. Devem ter tantas histórias para contar! E apesar de antigos, continuam ali, intactos, após anos e anos, imortais e imóveis. Mas para além dos livros, tudo me encantou: os quadros antigos, a secretária do escritor, o seu fato de mandarim, a sua prenda de casamento, as suas alianças, o seu tão conhecido monóculo. Tudo, até os mais ínfimos pormenores do que lhe pertencia tem, para mim, um valor incalculável. Na sala, conhecemos a neta do escritor, uma senhora simpática e acolhedora. De seguida, chegámos ao quarto do escritor. Apesar de pequeno, tem um valor imenso na nossa história. Logo imaginei Eça, ali, a escrever muitos dos seus romances ou, pelo menos, a inspirar-se para os escrever. Terminámos a visita na cozinha antiga, enorme e, como toda a casa, ostentando valor. No exterior, vimos ainda a capela. De novo no autocarro, fomos almoçar à Escola E.B. 2,3 de Santa Marinha do Zêzere.

De tarde, partimos em direcção à Casa da Torre da Lagariça, em S. Cipriano, que inspirou a obra A Ilustre Casa de Ramires de Eça. Este local não era nada como imaginei. E eu, que tinha imaginado uma casa enorme, com uns jardins infinitos, uma torre luminosa como um farol, uma casa confortável como um castelo, deparei-me com uma casa degradada e abandonada. Apesar disso, as vistas continuavam incríveis para o Douro, lugar de paisagens únicas.

De novo no autocarro, rumámos a Cárquere, ao Santuário de Santa Maria, que me fascinou não só pelo tamanho exterior, mas por toda a história que o envolve. Aí comemos as típicas cavacas de Resende, gentilmente oferecidas pela Câmara Municipal de Resende. Obviamente, ir a Resende e não comer cavacas era como ir a Roma e não ver o Papa! Já depois do lanche, regressámos a Lamego, cansados, mas felizes pelo dia proveitoso que tivemos. Apesar do mau tempo e do frio que se fez sentir, tudo se justificou pelo convívio, pelas vistas do Douro e, claro, pelo dia que passamos com à volta da vida de Eça que Queirós.

Ana Patrícia

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