segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Uma Abelha na Chuva - Carlos de Oliveira

O romance começa com Álvaro Silvestre a chegar a Montouros, num dia muito chuvoso, com o objectivo de falar com Medeiros. Pretendia entregar, num papel, para que este o publicasse na primeira página do jornal, a confissão de todos os roubos cometidos por ele.

Medeiros, quando lê a carta, fica apreensivo, pois aquilo não era normal. Ficou com dúvidas, uma vez que se tratava de um escândalo que envolvia a esposa de Silvestre e esta podia não gostar. Todavia, Silvestre não se importava e insistia para que este a publicasse na primeira página nem que tivesse que pagar.

Por sua vez, D. Maria, a esposa, andava de charrete à sua procura e as pessoas disseram-lhe que ele se encontrava no jornal da Comarca. Quando ela chegou ao jornal, Silvestre arrumou a carta no bolso para que ela não desse conta pois ele tinha medo dela, isto é, se ela soubesse desta confissão não ia deixar que esta fosse publicada. D. Maria convenceu Medeiros a dar um desconto a Silvestre, ou seja, não lhe dar importância. Este ficou farto daquilo que ela estava a dizer e disse que iam embora.

Silvestre e Maria só se casaram porque o pai dela entrou em falência e negociou o casamento. Este casal vive um casamento frustrado e infeliz, porque não há amor entre eles, mas sim o interesse pelos bens materiais. Podemos observar isto no quarto de Maria e Silvestre, um quarto muito sombrio e com lembranças ruins.

O maior medo de Álvaro era a morte, pois ele tinha medo de morrer sem amor e sem amigos, porque não se dava com ninguém. Quando sentia medo da morte, bebia Brandy para se esquecer destas coisas. A morte é um tema muito presente no livro, não só pela obsessão de Álvaro com a morte, mas também pelas personagens que têm um papel secundário e lhe dizem que a morte era uma coisa natural, pois era a vontade de Deus, mas Álvaro não compreendia isso. Tudo o que acontece a Álvaro e a D. Maria enquadra-se no naturalismo, pois o que lhes acontece é consequência do meio, da raça e do momento que vivem. Assim D. Maria é a fonte que leva Álvaro a cometer loucuras, levando-o a contribuir para a realização de um crime.

António, um homem obcecado pelo dinheiro, quer casar a filha Clara com um homem rico. Mas Clara estava apaixonada por Jacinto. Encontravam-se no curral durante a noite para ninguém saber e ali ficavam até ao amanhecer, fazendo amor, até que Clara ficou grávida.

Um dia, Álvaro passa por lá e vê os dois. Fica admirado, mas não dá importância ao facto. Contudo, fica a pensar no assunto. Como tinha inveja do ruivo e como estava louco, decidiu ir contar ao Mestre António que Clara tinha um caso com Jacinto, pois tinha-os visto de madrugada deitados na palha do curral, onde ele ia recolher o gado. António fica muito irritado, pois quer sair da pobreza e não quer que a filha case com um pobre. Ao contar o sucedido a Mestre António, Álvaro sentiu um grande prazer, pois foi uma maneira de castigar o ruivo por este fazer com que a sua mulher se apaixonasse por ele, infernizando-lhe a vida.

António decide pedir ajuda a Marcelo porque sabia que este gostava da sua filha. Se ele o ajudasse, dar-lhe-ia a sua filha em casamento. Marcelo aceitou e decidiram marcar um dia para fazer o serviço sem Clara se aperceber da situação.

Álvaro, após ter contado a António, fica muito arrependido e não consegue dormir. Começa a ter medo das pessoas e tem a mania da perseguição. Cisma que, se António matar Jacinto, ele é que será o culpado, porque foi ele que lhe contou tudo. Maria, quando descobre que Álvaro foi contar a António que Clara tinha um caso com o cocheiro, diz-lhe que tem nojo dele e, para seu consolo, ela não ama o ruivo mas sente ódio por ele.

Um dia, à noite, Jacinto fica à espera de Clara e é surpreendido por Marcelo que lhe dá com um cacete. Depois, foram atirá-lo ao mar. Chovia torrencialmente... A chuva representa sabedoria, sangue, agressividade e opressão pois está sempre presente nos momento mais importantes da acção. O mar é o símbolo da morte e da inocência, pois foi para onde foi deitado o corpo de Jacinto.

As pessoas, quando souberam, foram rodear o escritório de Álvaro e este ficou com medo. Pediu ajuda a D. Maria, mas esta nega-lha e discute com ele. Diz-lhe que ele mete nojo e sempre meteu. Clara, quando soube damorte de Jacinto, chorou muito e ficou muito triste e matou-se na fonte juntamente com o seu filho que estava na sua barriga pois ela não aguentou, sentia-se sozinha no Mundo. António e Marcelo foram presos.

Podemos concluir que todos são abelhas, mas a abelha principal é D. Maria, porque o crime e os roubos que Álvaro faz, foram feitos por causa dela, por ser uma mulher que só pensava em dinheiro e bens materiais.

Esta história está cheia de símbolos como o mar, a chuva, o poço...

Telma




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sábado, 14 de novembro de 2009

A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco

Quando nasceu a primeira filha de Marta, esta não demonstrava grande afecto pelo bebé.

A sua loucura também aumentou: três dias antes de cada ataque, ela dava-se a extravagâncias e tinha delírios: trancava-se no quarto com muitos vasos de flores, à espera do seu José Dias.

Quando Feliciano percebia que um ataque se aproximava, dormia noutra cama. Já se tinha arrependido do casamento e não achava mau ficar viúvo. Assim que os ataques epiléticos de Marta passavam e ela recaía numa serena indolência, numa impassibilidade mansa e tranquila, o tio ia-se deitar com ela, pois, para ela, eram necessidades imperiosas da sua fisiologia. Foi assim que, em sete anos, Marta deu cinco filhos ao marido. Segundo o médico, a demência de Marta era funcional e as faculdades reprodutoras não tinham nada a ver com as anormalidades cerebrais. Deus não teve a bondade de fazer estéreis as dementes.

A cada dia que passava, Feliciano tornava-se mais sovina e egoísta, comprando todas as quintas da região. Os médicos já o considerava lunático, pois ele falava sozinho.

Em 1882, ano em que o autor terminou a escrita do livro, Marta tinha cinquenta e três anos e desde 1848, ano da morte de D. Teresa, Marta nunca mais saiu do quarto e ainda continuava repetindo as mesmas palavras de há quarenta anos atrás.

Duas filhas de Marta casaram-se e eram mães e os outros filhos cresceram tristes, sem infância.

Andreia Tomás 11.ºE, Nº7




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A Brasileira de Prazins - Camilo Castelo Branco

Marta era filha de Simeão, um lavrador mediano, um homem muito egoísta e ganancioso.
Zeferino da Lamela morria de amores por Marta, mas Marta não queria nada com ele.
Zeferino, ao saber que o pai de Marta estava endividado, faz-lhe uma proposta: paga-lhe as dívidas em troca da filha Marta. Simeão, todo contente, diz-lhe que a moça era dele.
Passado algum tempo, recebe uma carta de Pernambuco, uma carta de Feleciano, irmão de Simeão, a dizer que enriquecera no Brasil, para ir vendo umas quintas e uns conventos para Feleciano comprar, pois já tinha dinheiro para os "feijões".
A volta do irmão rico e os números mencionados na carta fazem com que Simeão, homem ganancioso, quebre o contrato que tinha feito com Zeferino da Lamela.
Passado algum tempo, chega Feleciano do Basil, tinha quarenta e sete anos, nunca tinha amado ninguém e era virgem. Feleciano tinha um carinho enorme por Marta o que a fazia desconfiar.
Num dia de feira, o pai de Marta foi atacado no caminho por um bando de homens que não conheceu. Um deles deu-lhe uma paulada na cabeça o que fez com que Simeão caisse no chão todo ensanguentado e desmaiado.Marta desmaia, também, tem convulsões e começa a espumar pela boca.
Em casa, Simeão diz à filha que está muito mal e pede-lhe para casar com o tio Feleciano, pois ele ia morrer. Mas não era Feleciano o seu grande amor, mas sim José Dias de Vilava.
Marta, pensando que o pai ia morrer, diz-lhe que se casa com o tio.
Simeão parecia agonizar e chamaram o padre. Marta gritava em altos gritos, pois sentia-se culpado pelo que acontecera ao pai. Marta desmaia outra vez e tem, outra vez, convulsões. Chamam o médico, que lhes diz que Marta é herdeira da doença da mãe: a epilepsia, a doença que levou a mãe ao suicídio e que seria melhor casá-la.
Marta e Feleciano casam-se. Marta ia numa tristeza inalterável. Desde que saiu da igreja fecha-se no quarto com D.Teresa, sua confidente.
D. Teresa morre, José Dias também e tudo isto torna a vida de Marta numa profunda melancolica, ao ponto de as coisas de casa lhe serem indeferentes. Raras vezes saía de casa, e num dos ataques, pôs-se a chamar o Feleciano de José, meu Josezinho...
Andreia Tomás 11.ºE, n.º 7



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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Notícia: Jorge de Sena "volta" a Lisboa

Trasladação dos restos mortais do escritor, falecido nos EUA, realiza-se amanhã, para o cemitério dos Prazeres
2009-09-10 Jornal de Notícias
A trasladação dos restos mortais de Jorge de Sena para o cemitério dos Prazeres, em Lisboa, realiza-se amanhã, sexta-feira. Falecido nos Estados Unidos há 31 anos, o escritor foi uma incontornável figura da cultura portuguesa do século XX.

Os restos mortais de Jorge de Sena chegaram recentemente a Portugal provenientes de Santa Bárbara, na Califórnia, onde faleceu a 4 de Junho de 1978, aos 59 anos. A trasladação havia sido anunciada há três meses, pelo ministro da Cultura, durante a cerimónia que marcou a doação do espólio do poeta à Biblioteca Nacional. Para José Jorge Letria, a trasladação "é importante do ponto de vista simbólico", pois significa que chegou ao fim "o segundo exílio" do escritor. "O primeiro exílio de Sena terminou com a morte dele. O segundo exílio, póstumo, termina com o regresso dele", disse o escritor à agência Lusa. No seu entender, Sena "merecia o Panteão".

A cerimónia de amanhã é vista por José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores, como "um tributo prestado pelo país a uma das maiores figuras do século XX português". Entende que este momento deve ser aproveitado para "uma vez mais e de forma acentuada" se difundir a sua obra enquanto ficcionista, poeta, ensaísta e tradutor. Responsável pela tradução de autores antigos e modernos, Jorge de Sena verteu para Português, por exemplo, obras de William Faulkner, Ernest Hemingway e André Malraux.

Casimiro de Brito, por seu turno, referiu que Sena foi "enorme, nas melhores coisas que fez" e uma das "figuras mais controversas e mais complexas" da literatura portuguesa. O presidente da assembleia geral do PEN Clube português entende mesmo que "o melhor de Jorge de Sena é do melhor que se escreveu em Portugal", acrescentando: "Ele escrevia e ficava tudo explicado".

"Uma valia absolutamente rara" é como o professor de literatura Fernando Cabral Martins classifica a poesia de Sena. Diz que, depois de Fernando Pessoa, "ha poucos" que tenham a dimensão do autor de "Metamorfoses" (1963), uma das obras que mais influência tiveram no género em Portugal. Recordando as "polémicas relativamente violentas" que opuseram Sena "a outros escritores e a gente que, em princípio, deveria ser mais próxima dele", Fernando Cabral Martins assinalou que ele "estava até relativamente isolado, num certo sentido, porque não era neo-realista nem era surrealista, não tinha uma ortodoxia".

Nascido em Lisboa em 1919, o escritor saiu de Portugal em 1959, rumo ao Brasil, por receio de perseguições políticas resultantes de uma tentativa de golpe de estado em que esteve envolvido. Mas não era um autor desconhecido quando partiu, pois já tinha publicado cinco títulos poéticos: "Perseguição" (1942), "Coroa da terra" (1946), "Pedra filosofal" (1950), "As evidências" (1955) e "Fidelidade" (1958).

Nos Estados Unidos, onde chegou em 1965, publicou alguns dos mais importantes títulos da sua produção poética, ficcional (como "Novas andanças do demónio") e ensaística (de que são exemplo "Uma canção de Camões" e "Maquiavel e outros estudos").

Parte dos manuscritos que compõem o espólio doado à Biblioteca Nacional está tratada e a ser inventariada, enquanto outra parte está exposta.
Bárbara Tavares, nº6, 11ºD

Razão de o Pai Natal ter barbas brancas - Jorge de Sena

Este conto. escrito em 1944, foi a estreia de Jorge de Sena na ficção.

É uma história muito interessante: estava o menino Jesus para fazer sete anos e era véspera de Natal. Ele já sabia que quem punha os brinquedos na sua sandália eram os pais e que ia receber uma carrocinha em que o seu pai trabalhava havia dias.

Estava ele sentado à beira de um caminho a fazer riscos, quando apareceu um homem muito bem vestido a perguntar-lhe o que estava a fazer e o menino Jesus respondeu-lhe que estava a fazer riscos. Então, o homem disse-lhe que não devia fazer isso e fez com que a varinha ficasse presa ao chão.

Quando o homem se riu, o menino Jesus apercebeu-se de que era o Diabo, pois saía-lhe enxofre da boca. O menino Jesus decidiu então fugir, mas o Diabo prendeu-lhe as pernas. Por isso, o menino Jesus viu-se obrigado a fazer o que ele queria: pediu-lhe ajuda e, no momento em que o Diabo lhe deu a mão, derrubou-o, fugindo para casa.

Todavia, o menino Jesus cometera um erro: dissera ao Diabo que estava à espera do Natal. Nessa noite, o menino Jesus decidiu ficar acordado com medo que ele aparecesse de noite.

De noite, o menino Jesus ouviu barulho e encontrou na sala um homem vestido de vermelho com uma barba postiça e um saco. Pensando que o menino Jesus não o reconhecia e pensava que ele era o Natal, o Diabo pediu para brincar com a carrocinha. O menino Jesus, sabendo que era o Diabo por causa do enxofre, disse-lhe que ele iria fazer de cavalo e atrelou-o. Então, disse uma palavra, que todos os meninos conhecem, e o Diabo saiu disparado pela porta com a carrocinha. De seguida, o menino Jesus foi deitar-se.

Mais tarde, quando ouviu, de novo, um barulho, encontrou um homem vestido de vermelho, sem barbas, que lhe disse que era o Natal. O Natal só trocava as prendas das crianças por outras melhores. O menino Jesus disse-lhe que, quando encontrasse o Diabo, lhe pedisse a carrocinha. Disse-lhe também que o Diabo andava vestido de Natal e com umas postiças barbas brancas. Assim, o verdadeiro Natal decidiu deixar crescer as barbas e passar a ser conhecido como Pai Natal.

No dia seguinte, estava o menino Jesus a brincar no mesmo caminho com a carrocinha, quando viu um homem a fazer riscos. Tentou avisá-lo do perigo, mas não falavam a mesma língua. Foi então que, junto do homem, parou uma carrocinha igual à sua com um homem atrelado e começaram a falar.

Bárbara Tavares, nº6, 11.ºD