sábado, 7 de março de 2009

Ar Livre - Miguel Torga

Ar Livre

"Ar livre, que não respiro!

Ou são pela asfixia?

Miséria de cobardia

Que não arromba a janela

Da sala onde a fantasia

Estiola e fica amarela!

Ar livre, diga-vos eu!

Ou estamos nalgum museu

De manequins de cartão?

Abaixo! E ninguém se importe!

Antes o caos que a morte...

De par em par, pois então?!

Ar livre! Correntes de ar

Por toda a casa empestada!

(Vendavais na terra inteira,

A própria dor arejada,

- E nós nesta borralheira

De estufa calafetada!)"

Miguel Torga

"Cântico do Homem" - Poesia

Andreia Tomás




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