sábado, 20 de março de 2010

Poema

Impetuoso, o teu corpo

 

Impetuoso, o teu corpo é como um rio

Onde o meu se perde

Se escuto, so oiço o teu rumor.

De mim, nem o sinal mais breve.

 

Imagem dos gestos que tracei,

Irrompe puro e completo.

Por isso, rio foi o nome que lhe dei.

                                                                                         E nele o céu fica mais perto
 

                                  Eugenio de Andrade

 

 

 

 

Vânia Morais, nº 25, 11ºE



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Poema

É urgente o amor

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

 

                               Eugenio de Andrade

 

 

 

Vânia Morais, nº25, 11ºE

 

 



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poema

Vegetal e só

 

É Outono, desprende-te de mim,

 

Solta-me os cabelos, potros indomavéis

Sem nenhuma melancolia

Sem encontros marcados

Sem cartas a responder

 

Deixa-me o braço direito,

O mais ardente dos meus braços,

O mais azul

O mais feito para voar.

 

Devolve-me um rosto de verão

Sem febre de tantos lábios,

Sem nenhum rumor de lágrimas

Nas pálpebras acesas.

 

Deixa-me só, vegetal e só,

Correndo como um rio sem folhas

Para a noite onde há mais bela aventura

Se escreve exactamente sem nenhuma letra

 

                          Eugenio de Andrade

 

 

 

 

Vânia Morais, nº 25, 11ºE



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poema

Poema a Mãe
 
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Boa noite. Eu vou com as aves!

 
Vânia Morais,nº25,11ºE




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poema

Poema a mãe
 
No mais fundo de ti,
eu sei que traí, mãe!

Tudo porque já não sou
o retrato adormecido
no fundo dos teus olhos!

Tudo porque tu ignoras
que há leitos onde o frio não se demora
e noites rumorosas de águas matinais!

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
são duras, mãe,
e o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
que apertava junto ao coração
no retrato da moldura!

Se soubesses como ainda amo as rosas,
talvez não enchesses as horas de pesadelos...

Mas tu esqueceste muita coisa!
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
que todo o meu corpo cresceu,
e até o meu coração
ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -,
às vezes ainda sou o menino
que adormeceu nos teus olhos;

ainda aperto contra o coração
rosas tão brancas
como as que tens na moldura;

ainda oiço a tua voz:
"Era uma vez uma princesa
no meio de um laranjal..."

Mas - tu sabes! - a noite é enorme
e todo o meu corpo cresceu...

Eu saí da moldura,
dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo-te as rosas...

Boa noite. Eu vou com as aves!


 
Vânia Morais, no24, 11ºE
 




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domingo, 7 de março de 2010

Poema - Alba

                    
                   Alba
 
         Como se não houvera
        bosque mais secreto,
 
        como se as nascentes
       fosse só ardor,
 
       Como se o teu corpo
       fora a vida toda,
 
       o desejo hesita
      em ser espada ou flor.
 
 
Vânia Morais,nº25, 11ºE


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Poema - Senza colore

             
            Senza Colore
      Estou a espera
      de uma tarde semelhante ao sono das maças
 
      Entre excrementos e a luz deserta
      dezembro cresce com os muros
 
      Assim no chão do teu corpo
      a neve
 
     Oh tece
     tece com os cabelos uma coroa de agua
 
 
Vânia Morais, nº25 11ºE


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